Crônicas Depressivas: Se Cantou, Agora Dance

tudo mudou tanto que nem sei. foi o palco, afinal. a sala de dança. o que fiz naqueles 13 dias foi sair do sofá da depressão pós-musical e cair direto nas aulas de ballet clássico, Broadway Jazz e sapateado no Nós da Dança e Broadway Jazz na Sala Lennie Dale. pintei o cabelo, comecei uma dieta que já tava meio rolando durante os ensaios da CAL. danço todos os dias, manhã e tarde ou noite. emagreci. vivo exausta e dolorida, cheia de manchas roxas em locais inomináveis. vou participar de pelo menos 3 espetáculos em dezembro, agora que voltei pra CAL aos sábados, pro Mergulho Livre. não passei na audição do avançado, e o problema não foi a dança, foi o teatro. e o fato de que o curso está cada vez mais profissionalizante, e eu não tenho marketability. quer dizer, velha demais. mas meu dinheiro é bom, ninguém recusa. expandi a zona de segurança até Copacabana. descobri que adoro Copacabana. tem tudo. gastei mooooooito em roupas e sapatos de dança por conta do aniversário. que foi bem tranquilo. todo o esquema de horários foi planejado pra continuar, antes e depois, quando tiver que voltar. mas não quero voltar, estou tendo ideias, fazendo planos de negócios, plasmando mudanças. mas tudo pode acontecer concomitantemente, "se". meu corpo parece não entender nada, não menstruo há quase 3 meses. às vezes penso que já posso fazer alguma coisa, mas na hora não dá. vou testando meus limites. chorei durante todo o Quase Normal. fiquei nervosa por andar tão perto do trabalho. além disso, mais gente nova, talentosa. amizades que se fortalecem. vontade de ficar mais. vontade de não voltar pra casa. tristeza diferente, de querer mais, de saudade. solidão. querer gente por perto. isso é muito estranho.