domingo, 12 de fevereiro de 2012

Crônicas Depressivas: A grande desconhecida

"A depressão é uma doença da Alma". esta frase é da minha terapeuta, um anjo que vem me conduzindo nas escavações do que eu chamo de arqueologia emocional.  a depressão é uma doença complicada. não aparece nos exames clínicos, apesar de afetar o equilíbrio físico-químico de todo o organismo. não é como um tumor, não aparece na tomografia, nem dá pra remover com cirurgia. os profissionais da saúde diretamente envolvidos, como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, esses sabem muito bem a gravidade da doença e o impacto que tem sobre o mercado de trabalho. a depressão está se tornando uma das maiores causas de afastamento das atividades laborais no país. apesar do estigma social, que permanece. ou, quem sabe, por causa dele. assim como levou alguns séculos para que ficasse claro que tesão feminino não é uma doença mental, a histeria, ainda soa como novidade pra muita gente que depressão é uma doença, não frescura de mulher sem "ter a pia cheia de louça pra lavar". inclusive, li recentemente no yahoo que homem também tem depressão (duh...), só que a maioria, em vez de chorar, fica zangado, violento ou se isola. não se enganem, são só maneiras diferentes de reagir. ah, e a depressão é democrática, atinge  milhares de pessoas, independente de gênero, condição social, etnia, idade... sem falar no "dilema do Tostines": a depressão é causada por um desequilíbrio químico no cérebro ou é a causadora de um desequilíbrio químico no cérebro? a abordagem da minha terapia faz sentido pra mim: a depressão é causada por uma grande raiva, que vira uma grande mágoa, e depois uma grande tristeza. e causa um desequilíbrio químico/hormonal geral, atrapalha o funcionamento do sistema de recaptação da serotonina cerebral, ou seja, um verdadeiro tsunami. qualquer situação estressante, traumática, pode desencadear uma depressão. mas não é nada difícil que ela se torne crônica. aí, é foda.

p.s. só pra esclarecer, não sou médica, nem psicóloga. como diz a minha terapeuta, não tenho diploma de medicina em Harvard. sou apenas uma pa-ci-en-te. meu espaço, parafraseando minha querida psicótica, é o divã, e não a poltrona. sou só uma paciente que lia livros de medicina quando era criança, aqueles fascículos que tinham fotos, sabe, e que assiste Discovery Health e House. gosto de medicina alternativa também, fiz um curso de medicina ayurvédica. ah, lembrei, sou técnica em fisioterapia nível segundo grau, até fiz estágio em hospital. passei na primeira fase do vestibular pra medicina no segundo ano do segundo grau... enfim, se persistirem os sintomas, não faça como eu, não tente se tratar sozinho, procure um profissional especializado. 

quanto ao video, eu acho que é possível encontrar beleza no colapso.

2 comentários:

  1. Essa parte do " técnica em fisioterapia nível segundo grau" eu não sabia! Como assim??
    Estou relendo nossas conversas muito esclarecedoras nesse blog!

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    1. verdade, eu fiz técnica em fisioterapia junto com o segundo grau, queria fazer medicina, mas comecei a ter "síndrome de identificação" durante o estágio, tipo o Jerry Lewis. uma vez atendia a um paciente no leito quando o colega de quarto arrancou o dreno e começou a ter alucinações com aranhas fazendo teias e subindo pelas suas pernas. não tinha nenhuma enfermeira no andar e eu saí correndo pelo hospital procurando alguém. uma enfermeira resolveu tudo, mas depois eu fiquei uns vinte minutos trabalhando só o pé do meu paciente, sentada, se levantasse ía cair de cara no chão... houve outros episódios então achei que não dava pra coisa. mas continuo me interessando pelo assunto.

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